sábado, 13 de dezembro de 2008

O AMOR... A o quê?

parece que as pessoas já não acreditam mais no amor.
sei lá, parece brega, paia, piegas falar disso.
pior que falar é acreditar nele...
ansiar por ele...
percebo que o amor se resumiu ao sexo.
as amigas já não perguntam às outras se o namoradoé romântico, carinhoso ou etc... a pergunta básica é: "ele é bom de cama?" (namorado, quando ainda se tem um pouco de sentimento... mas também pode ser ficante, amante, peguete, affaire...)
o que faz as pessoas se aproximarem e quererem estar juntas, não é mais um sentimento.
é, sim, uma sensação: o tesão.
ou os sentidos, como a visão ("cara, essa aí é mó gostosa!"), o tato ("muito facinha").
isso não é uma crítica ao sexo, de forma alguma!
mas é estranho pensar no sexo como "uma troca justa".
anh?!
isso mesmo!
conversando com uma amiga, foi isso que eu ouvi: "Ah, Má, só dei pra ele porque eu tava ha muito tempo sem dar. Foi sexo por sexo. Uma troca justa."
socorro!
tá bom, também não sou uma princesinha presa na torre esperando o príncipe encantado num cavalo branco.
o cavalo pode ser marrom...
mas falando sério, não entendo uma pessoa se entregar à outra(s) sem rolar aquele carinho gostoso...
o que será mais descartável, os sentimentos ou as pessoas, nessas histórias?
talvez, por pensar assim, que eu ainda estaja sozinha.
eu sei disso.
mas o que posso fazer, se gosto de me apaixonar?
gosto de me permitir.
e isso não significa me dar, (ou melhor, me emprestar, nesses casos) pra uma pessoa (ou mais, dependendo do gosto) a cada dia...

acho que estou velha...

por favor, um copo d'água pra ajudar na digestão!

estou engasgada. acho que alguma coisa parou na minha garganta. não sei se foi uma resposta mal dada que ficou intalada e não saiu (e nem entrou direito), um sonho enfarinhado que tá precisando de um gole d'água pra ajudar a digerir ou um sentimento mal-passado que resolveu não descer.
é. acho que ando me alimentando mal. com essa minha gula antropofágica, ando comendo coisas estragadas. ou talvez o problema seja comigo mesmo... meu sistema não está mais conseguindo digerir com a mesma voracidade da minha fome. bulimia, nessas horas, faz até bem. mas detesto vomitar. por isso vou engolindo tudo o que me enfiam goela abaixo, sem nem, às vezes, mastigar. entre sapos e sonhos que tenho engolido, o que mais tenho sido obrigada a mastigar é o meu orgulho. mas esse é pior que carne de pescoço.

o pior de tudo são essas azias...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

do alto

Passeando com meu galã, (para quem não o conhece, galã é o meu fusquinha bege) no final daquela tarde amarelada de primavera, eu o vi.
Ele estava lá, parado, só olhando o movimento do trânsito e das pessoas que transitavam mais mecânicas que os automóveis.
Indiferente a tudo e a todos, olhava de cima, e até arriscava cantarolar umas notas musicais, sem se importar com o caos estabelecido ante seus olhos.
Da mesma forma que parecia não se importar com as pessoas, quase ninguém o percebeu ali, apenas eu, que me peguei invejado-o.
Eu, que estava correndo contra o relógio e contra o próprio Tempo, o mirava...
E ele ali, naquela calma, naquela paz...

Ah, passarinho, como eu queria ter suas asas e estar aí no seu lugar!
Aí, no alto do fio elétrico, podendo ver a cidade de cima sem necessidade de ser parte dela...

olhos

Outro dia me disseram que eu tenho olhos de quem procura
De quem está sempre procurando alguma coisa
É, acho que sigo mesmo numa busca
Uma busca tão intensa e que me toma tão profundamente
Que me obstina e me cega
Que ainda não sei o que busco
Busco o que buscar, acho que é isso!
Quero tudo e tanta coisa, que não sei o que querer
Amo tanto e tão intensamente, que desacredito no amor
Sigo por um caminho com várias ramificações
E estou tão perdida, que tento seguir por todas ao mesmo tempo...

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Meus Reflexos no Espectro de Clarisse

Ai que vontade de voltar a ser minha
Dona das minhas vontades e das minhas paixões
Que vontade de voar
Alçar vôos longos e alcançar outros mundos
De sair do meu mundinho de faz de conta
"Faz de conta que ela era uma princesa azul
Faz de conta que ela amava e era amada
Faz de conta que não precisava morrer de saudade
Faz de conta que vivia..."
Faz de conta que voava
Mas tenho as asas quebradas
"E estou cansada
Não suporto mais a rotina de me ser"
Nada acontece e tudo ao mesmo tempo
Queria ser dona do meu tempo
Ajustar ao meu relógio
O tempo dos meus sonhos
Para que o despertador não me acorde mais
antes de acontecer o ansiado
ou depois que de acontecida a decepção
Mas ainda sonho
"Faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo
pois viver afinal não passava de se aproximar
cada vez mais da morte"
Ah, como eu queria morrer só um pouquinho
pois dormir já não descansa mais
"Não se assustem, morrer é um instante,
passa logo, eu sei"
E como eu sei...
Pois eu me morro "simbolicamente todos os dias"
Ah que vontade de adocicar minhas ilusões
com o melado daquilo que é inconsciente
Que adocica e venda e impede
Impede aquilo que me impede de iludir-me total e cegamente.
"Ah que vontade de alegria.
Estou agora me esforçando para rir em grande gargalhada.
Mas não sei porque não rio."
Talvez porque tenho sono
E meu corpo quase ja não me responde.
Talvez eu sonhe esta noite
E num desses sonhos perceba que a minha vida está mudada.
E eu acorde grávida!
"Uma pessoa grávida de futuro."
E de caminhos, e de estradas, e de sonhos...
Uma pessoa grávida de desejo!
"Ela sabia o que era o desejo - embora não soubesse que sabia.
Era assim: ficava faminta mas não de comida,
era um gosto meio doloroso que subia do baixo-ventre
e arrepiava o bico dos seios e os braços vazios sem abraço.
(...)
Tudo de repente era muito e muito
e tão amplo que ela sentiu vontade de chorar.
Mas não chorou: seus olhos faiscavam como o sol que morria."

"E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa.
Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. "

Inserção de fragmentos tirados de "Espectro de Clarisse", roteiro teatral que se baseia no texto "A Hora da Estrela" e na biografia da autora Clarisse Lispector.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

exercitando a sensualidade

sentia-se estranha...
diferente de como se sentia costumeiramente.
sentia-se bonita!
saiu cedo de casa, ou melhor, não tão cedo assim.
saiu de carro, mas continuou a pé.
parou um tempo no ponto de ônibus, que demorou um bocado, por sinal!
subiu no veículo percebendo alguns olhares a sua volta.
não se importou.
deteve-se ainda um tempo na dianteira, no aguardo de seu troco.
passou vagarosamente por aquele corredor, os cabelos soltos esvoaçando e um leve rebolado.
sentou-se na última cadeira, ao lado da janela.
deixou que o vento soprassem em seu rosto, levantando ainda mais o seu cabelo.
pelo vidro que separava as escadas dos assentos, observava o rapaz à sua frente.
percebeu que ele também a observava... um leve sorriso no canto da boca.
aproveitou seu reflexo para descobrir seu melhor ângulo e treinar seu melhor perfil.
olhando-se, nem percebeu que o rapaz deixara o veículo.
mas o que tem de mais?
não haiva nada de mal em exercitar sua sensualidade dentro do ônibus...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

eu de mim em outros

Passeando por aí, meio sem rumo, numa busca não sei de quê, me deparei com frases e falas que, me perdoem a falta de modéstia, foram feitas pra mim. Escritas e, sutilmente endereçadas para o meu agora. Para quê vou buscar minhas palavras, se neste momento as palavras dos outros se encaixam melhor com o timbre da minha voz e com meu estado de espírito? Minhas palavras não falariam mais de mim... e como eu vivo numa busca intensa de mim mesma, do eu que não sei que sou, encontro nas palavras de outros o reflexo do espelho que buscava em mim.
Doces palavras... suavizam o amargo da minha boca.


¨Vai passar, tu sabes que vai passar.
Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'.
Pois esse impulso, as vezes cruel porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'..."

Retirado de Metâmeros - Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Andava pela calçada distraída
As mãos no bolso
Cantarolando uma canção qualquer
Talvez uma de amor brega, ou uma dessas pops do momento
Provavelmente assoviaria, se soubesse...

Olhou pra cima e viu aquele céu azul sem nuvens perpassar teimoso por entre as folhas ensolaradas de uma árvore urbana.

Estava feliz.
Estava bem.

Ah, como foi bom sentir o infinito, mesmo que por pouco tempo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Alejaste pero quedaste

Enamorados
Caminaram juntos un rato, pero sin palabras
Solamente miradas
Miradas que podrian ser casi como abrazos
Algunos dias e uno se fue
A lejos...
Tan lejos, pero tan cerca
Por vivir para siempre detras de los ojos uno de lo otro
Basta que los cierren para acercarse
Ah! Preciosos dias...


"seguiria tus pasos tu caminar como un lobo en celo desde mi hogar con la puerta abierta de par en par"



Gracias a la vida que me ha dado tanto...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Do meu corpo ... Ao meu travesseiro

Queria hoje falar de sonhos...
Daqueles "sonhos mais lindos" que a gente tem quando dorme, sabe?!
Mas já não sonho...
Praticamente não durmo...
Me morro um pouquinho a cada noite
E revivo ao amanhecer como se a noite ainda nem tivesse chegado.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Entre as linhas
Sigo
Pelo vidro
Vejo
O que guia
Giro
O volante...

Encaixotado
Roda gigante
Amedrontado
Montanha russa

Roleta russa
Suicido!
Sinal vermelho...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Enquanto tiver cavalo...

Eu queria não nascer
Não parir esta personalidade
Não ter que ser eu ou não ter um eu para ter que ser

Queria morrer só um pouquinho
Porque dormir já não descansa

Queria aceitar as coisas e as pessoas como elas são
E assim seguir remando a favor da maré
[Tão mais fácil...]

De que me serve toda esta inquietude?
Toda esta vontade?

Personalidade... Consciência... Opinião...
Virtudes descartáveis para uma vida saudável nas atuais circunstâncias.

Todos os meus heróis já quebraram...
Talvez fossem de barro, como santos de altar...
[Frágeis...]

A utilidade das pessoas se mede mesmo, não pelos heróis que porventuram possam se tornar, mas pela quantidade de "São Jorge" que elas conseguem carregar no lombo.
[E, modéstia a parte, já estou tão craque nisso que já faço até malabares com os santinhos!]

E viva a humanidade cada dia mais eqüínea!
Um viva a todas nós!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Tês

O tilintar da taça. Lá dentro, um timbre tenor que transitava entre tenso e tenaz. Distante. Aos poucos sua tez, de contornos tristes, empalideceu. Tornou-se tétrica. Destacou-se entre os tetos tersos. Ao vê-lo entrar, tacou-lhe um beijo tépido. Tímido na tentativa de tornar tenro aquele afago temporão, beijou-a como um tolo. Ainda por muito tempo. Tirou o terno, tacando-o na estante de madeira tosca e tocou sua tez, agora de um tom tão rubro quanto tomate. Arredia e custosa, tolheu o seu toque, tentando conter a tontura e a temperatura de seu corpo que agora transformara-se numa tocha acesa. Tanto tormento não iria terminar? E se talvez... Era uma tolice. Uma grande tolice! Tentou conter-se, manter toda a compostura. Mas aquele toque... Aquele toque tranformou todo seu tino num turbilhão a atropelar-lhe o juízo. Era tarde. Entregou-se a ele como um títere. E ele a tomou como a um topázio. Ela deixou-se recostar em seu tórax destacando, entre seu porte de touro, seus contornos torneados. Estava entregue. Enredada como numa teia a qual não tentava mais transpôr. E todo aquele temor de sentir-se torpe, tornou-se neste momento um único torpor. Nada mais a lhe torturar. Nenhuma palavra para traduzir tudo o que transcorrera até aquele momento. O tempo não mais existia.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Inverno nas ladeiras

"Descendo a rua da ladeira, só quem viu que pode contar."
As pernas bambas e o nariz vermelho no vento frio. Cortante.
A respiração meio ofegante. Boca seca.

"Cheirando a flor de laranjeira Sá Marina vem pra dançar."
Escolheu a melhor pedra pra se equilibrar
Para sambar a vontade e de mente aberta... vazia.
Embebedada ao som de samba
Embriagada pela melodia regada
"Roda pela vida afora. Põe pra fora essa alegria"
Comemora. Ri e chora.
Uma brincante no meio da rua
Também amante à luz da lua.
Vai pra casa trazendo consigo o sol...
"Dança que amanhece o dia pra se cantar."
A voz rouca e a cabeça louca
A direção já não importa mais
"Dança 'com' essa gente aflita, se agita..."
E se encanta com tantos olhares
Que acompanham ou não o seu passo
Que se perdem e se encontram
E se mostram e se escondem
"Mostra toda essa poesia no olhar"
Revelado nas fotografias
Os ângulos e as poses
Os dias e as noites.
"Deixando os versos na partida
E só cantigas pra se cantar
Naquela tarde de domingo"
Se foi, mas com vontade de ficar!
(inserções de fragmentos da música Sá Marina de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar)

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Se Deus é uma invenção,

O amor também o é.

Este porém, das duas,

é a mais cruel...



Feliz dia dos...
...recalcados!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Momentos...

Hoje li um texto que me fez sentir vontade de voltar a escrever...
Falava sobre o tempo...
O quanto dura um instante.
Falava sobre o coração...
Com seus momentos fugidios e efêmeros para uns...
muitas vezes eternos e intensos para outros...

Os momentos... Ah, os momentos!
Sou cheia deles...
Sou feita deles...
Alguns destes, criados, aumentados, reforçados pela minha imaginação.
Podem ter durado um dia... uma hora... um minuto...
Mas dentro de mim reverberam uma vida!

E... neste momento de instante vazio...
Meu coração anseia a chegada de uma nova ilusão!

"...e o meu coração vagabundo
quer guardar o mundo em mim..."

(obrigada menina Dori pelo momento de inspiração.)

quinta-feira, 5 de junho de 2008


Mar...

a bailar...

...ina...



Marinaabailar...

...abailarina

...amar...

...marabailar

Marinaabailarina.

Marina

domingo, 25 de maio de 2008

............................TÃO.......................
.......................................D..............d.
..D...Dd.......ddddd............dddi.........
dididi...di..diiii.........dif...f....dif..dif
ffffff.....fffi...diffffi........difi....difi......
...difi.......fidifi....s...difisss.......difiss
ssssci.........difififisssci...difíci...ci....
ci...iu...il........difíssssiiuuulll...........
...........difícilllll.....difícil..................


Nossa!


...........TÃO DIFÍCIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sancho Pansa para Quixote...

Escrevo ao meu fiel companheiro,
meu Quixote predileto,
aquele que enfrenta os moinhos de vento ao meu lado, me ajudando e me defendendo dos leões, geralmente criados pela minha imaginação pulsante e voadora, com seu realismo seco e as vezes sádico.
Não, não sou o Quixote, sou o Sancho mesmo...
Acho que combino mais com o "Pança"...
Loucos, somos os dois!
Então não importa quem é quem, nessa metáfora cervantesca.
Nossa loucura vai além de deitarmos num gramado e devaneamos nossas inquietudes pululantes sobre a noite, o céu, a lua e a sua áurea, com uma festa de psicodelia acontecendo simulatanemente a menos de dez metros de nós.
Aí tive ainda mais certeza dos elos que nos unem.
Você, um fiel escudeiro a quem faço questão de carregar a tiracolo, me prova a cada dia seu valor na minha jornada.
Uma enciclopédia humana, que dispensa os rodeios e redundâncias chatas e costumeiras das enciclopédias comuns.
Um divã, onde não me deito, mas confesso meus temores, meus sonhos, minhas ânsias e angústias...
Um anjo, sem cachinhos (e quase sem cabelo), que vela meu sono, esperando-me recuperar a condição de dirigir.
Um artista, com quem gosto de trocar e adquirir novas experiências.
Um beberrão, companheiro de todos os copos, latas, taças, tulipas, cuias, cabaças...
Um músico, literato, filósofo, psicólogo, louco e lúcido.
Antagônico, paradoxal, mas nunca contradicente.
Um amigo, daqueles que a gente confia tanto que acaba esquecendo que ele é homem (e que por sinal, ficou muito bravo quando o contei que quase o considerava assexuado)...
Quixote querido, quero continuar sempre como seu Sancho Pança, parceiro e partner, enfrentando quantos gigantes, dragões e moinhos aparecerem.
Obrigada!

Do Sancho Pança, amigo fiel e relapso.

Homenagem a um grande amigo, que apesar do nome vindo diretamente dos filems de terror, será sempre muito mais poético no meu bem querer.

nas planícies do planalto

Queria ter o dom de escrever
Se o tivesse, escreveria sobre coisas bonitas
Como um gramado coberto de paina e orvalho
Numa madrugada bonita em Brasília
Lembrando neve em pleno planalto, num clima tropical.

Queria ter o dom de escrever
Para poder registrar no papel
Esse aperto com que sinto no peito, com a mesma intensidade que o sinto
Para poder falar da beleza de cada olhar
E o brilho de cada sorriso.

Ah, como eu queria ter o dom de escrever
Para poder falar de carinho
Para poder falar de admiração
Para poder falar da ARTE
Para poder falar de festa
Para poder falar de pessoas
Para poder falar de tristezas e algrias.

Ah, como eu queria ter o dom de escrever...
Ah, como eu queria ter o dom de...
Ah, como eu queria ter o dom...
Ah, como eu queria ter...
Ah, como eu queria...
Ah, como eu...
Ah, como...
Ah...

Homenagem aos meus antigos e novos amigos da capital federal, no dia do aniversário de Bresília.
(Escrito no aeroporto de Brasília em 31/08/2005,
na volta pra casa da III Edição do Festival de Teatro Brasileiro/Cena Mineira.)
Quanta saudade...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

M ... a esperar ... M

Eu a vi.
Ela estava lá. Sentada. Sozinha.
A esperar...
Como é bonita!
Roupa de listras e maquiagem bem feita.
Tem estilo, a garota.
Os cabelos longos e escorridos emolduravam-lhe a face e os ombros.
Como doeu-me vê-la ali
A esperar...
Naquela tarde ensolarada
Bem no meio da semana:
Quarta-feira
Dia que outrora fora meu...

Fui embora antes de ver sua espera ser saciada por aquele a quem EU tanto esperei.
Sem saciar-me.
Entre esperas e (des)encontros...
Já não espero mais.

sábado, 12 de abril de 2008

Em Si No Samba

A banda toca agora os primeiros lamentos de um samba-canção, daqueles tão sofridos e tristes. O choro da cuíca se mistura aos soluços e suspiros da menina que se levanta e põe-se a dançar.

Ele a olhou dançar a certa distância seguindo o frio que esmorecia na lata gelada...

[Solidão é lava que cobre tudo...]
Aos poucos, vai-se permitindo embalar pelos acordes suaves da música. Identificando-se com a letra, ou nem prestando atenção, vai rodando melodiosamente por aquele salão que parece gigantesco, para se dançar sozinha.

[Solidão é lava que cobre tudo...] Imaginou porque rodava sozinha, se tão bela.. se tão graciosa.. se tão digna de atenção que deveria ali haver uma platéia tão digna dela...

[Amargura em minha boca...]
A saia rodada se levanta aos poucos, a cada volta que a menina dava, deixando aparecer os joelhos, um pouco frouxos pelo efeito do drink que ainda segurava e lhe amargava as papilas.

[Amargura em minha boca...] Bebeu da cerveja amarga, deixando-se encantar pelo rodopiar das saias que mantinhas suas idéias bailando...

[Solidão palavra cravada no coração...]
O peito cheio de sensações misturadas. Sentimentos confusos e esperanças adiadas. O corpo, embalado pelo tuc tuc do pandeiro, se recusava a responder a qualquer um desses sentimentos. Apenas a música lhe movia neste momento.

[Solidão palavra cravada no coração..] Percebia que o salão esvaziava, mas ele estava agora hipnotizado por aquela dança. Pela sintonia entre os descompassos dela e daquele samba.. uma trama sedutora certamente...

[Resignado e mudo...]
Aos poucos o salão foi-se esvaziando, e as pessoas, a esta altura já meio bêbadas, espantavam-se ao ver a moça que ainda rodava, cada vez mais solitária naquele salão.

[Resignado e mudo...] Mas ele preferia apenas assistir. Fora uma longa noite de longas histórias e a satisfação de contemplar uma musa dançante era melhor que cerveja.. que alívio.. era melhor que falar...

[No compasso da desilusão...]
Um ou dois homens tentaram lhe fazer companhia. Talvez por pena, ou porque interessaram-se por ela, que afinal, não era uma moça feia. Ela recusou. Aquela noite seria dela. Somente dela e de mais ninguém. Já gastara tantas noites com outras pessoas...

[No compasso da desilusão...] Viu os outros homens, que ao contrário dele não conseguiram conter a líbido ou a piedade e dela se aproximaram.. sendo rechaçados.. ele bem sabia.. ela estava ali para ser estrela e não constelação...

[Danço eu, dança você, na dança da solidão...]
A banda parou. Ela parou de dançar, buscou sua bolsa e comprou uma bebida mais. Bebeu sozinha, quando as luzes já começavam a se apagar. Pegou um taxi e foi pra casa com a sensação de que ganhara a si mesma naquela noite...

[Danço eu, dança você, na dança da solidão...] A banda parou. Ela parou. Foi até o balcão e tomou uma última bebida antes de ir-se em um táxi. Ele sorriu. Acendeu um cigarro e foi ver mais uma estrela nascer na praia...


***Os trechos azuis chegaram depois, mas só fizeram acrescentar, vindos diretamente das mãos sensibilíssimas de um cara que tô conhecendo agora, mas que tem o dom de usar as palavras. E Salve Jorge!!! Muito obrigada pelas suas palavras!!!***

Soltos

Acordei ao meio dia ainda sonolenta. Não, não bêbada. Apenas sonolenta. Acho que "rebater" me fez bem.
Voltei a dormir às 3 da tarde.
Nas poucas horas que estive acordada mil coisas passaram pela minha cabeça, sem fazerem pouso certeiro. Uma ou outra me pegou, como se fizesse um pouso forçado, causando até um certo estrago que, felizmente, acho, meu estado etéreo e sonolento não me permitiu sentir na hora.

O quarto está uma bagunça, quase não me cabe, assim como meu corpo.

Cheguei em casa, olhei-me no espelho. Não me vi. Apenas cabelos. Meus cabelos desgrenhados, emaranhados, descompassados assim como o meu andar alcoolizado, escondiam meus olhos vermelhos. Sabe-se lá se pela bebida ou pelos fantasmas que insistiram em rondar-me, tão logo abandonei aquela confusão.

Desapego. Palavra que já me rodeava durante o dia e se tornou incisiva durante a noite. Durante meu pesadelo que nem mesmo me diz respeito. Acordei suada.

Alguns olhares e bocas me fizeram perder a modéstia e me achar bonita por algumas horas. Descabelada, com a mesma roupa do dia e sem maquiagem. Me senti bonita. Me senti bem. Bem não, boa. Ou melhor, ótima! Sensação que passou junto com o efeito do álcool.

Línguas emboladas. Literalmente!
Além das bocas, nada mais se toca.
Se toca! Te olho por cima do ombro de quem me beija o pescoço. Não. Não do mesmo jeito e com a mesma vontade de antes. A senação agora é outra. A outra. Foi bom vê-los.

Me despeço levando algo seu. Não. Nada de romantismos. Apenas a sua blusa. Devolvo na segunda. Volto a desapegar...

Para que não se acovarde:
"O 'não' são para pessoas menos covardes do que eu..."
Apenas para não ME deixar esquecer.
EU não sou covarde!

Sábado a noite.
Vou trabalhar.

* Após visitar o Daniel, em sua VELHA CASA, me pegar pensando DE NOITE NA CAMA, como a Thais e de sentir o meu PESAR DE ALMA com o Ziggy. Só assim para conseguir escrever alguma coisa. *

terça-feira, 1 de abril de 2008

Hoje

Ah, entendi:

1º de Abril, né?!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Tudo é Jazz





Durante boa parte da minha vida acreditei que Jazz era uma dança. Isso mesmo, uma dança que pratiquei quando criança e que agora, depois de velha, resolvi me arriscar de novo.


Jazz, pra mim, sempre foi uma espécie de balé mais livre, mais rápido e vigoroso, que pode ter coreografia com qualquer tipo de música. É uma dança muito precisa, onde a gente tem que ter força no abdômen, equilíbrio e puxar pontinha de pé, como no clássico (não música clássica, mas balé clássico).
Um dia me disseram que Jazz era um estilo musical. Aquele que eu, na minha vasta ignorância, sempre achei que era a mesma coisa de Blues (que não é a cor, mas a música).
Resolvi, então, procurar saber o que era esse tal de Jazz - a música, não a dança - e me deparei com outras dificuldades: bee bop, free jazz, cool jazz... (depois dizem por aí da liberdade do Jazz... tá legal...)
Bom, achei comunidades de Jazz e até um blog só de Jazz. Essas virtualidades são ótimas, às vezes... Alguns desses colegas virtuais me ajudaram tentando explicar cada um desses detalhes Jazzísticos.
Então aí vai o que eu aprendi!
Bee bop (ou seria Bep Bop? Quem souber, pode responder!) - dizem que são harmonias mais dissonantes e mais complexas, geralmente notas em fusas e semifusas. Eu que já tô ficando confusa! Mas vamos lá!
Passemos então ao Cool Jazz (legal o nome, né?) - surgiu no final da década de 40 como reação ao bep bop (achei assim mais bonitinho...) e se caracteriza por notas mais suaves e prolongadas. Acho que o que está se prolongando são essas explicações... Mas vamos continuar, só falta mais uma.
Finalmente o Free Jazz, nascido no final de década de 50, marcado pela liberdade melódica, harmônica e rítmica.
Tá, e agora?
Sintonizei pela internet uma rádio só de Jazz.
E...
Não consegui identificar nada!
Será que alguém consegue?
Preferi deixar pra lá, afinal, tudo é Jazz.

Já ouço Jazz, já danço Jazz e saber...
Saber mesmo, não sei nenhuma das duas coisas.
Mas tenho curtido ambas com imenso prazer!




Escrevi este texto para algumas pessoas em especial,
que curtem muito esse tal de Jazz.
A dança e a música!

Feridas de alguém que amo


Tem umas coisas que nos deixam tristes...
Extremamente tristes.
Situações que nos fazem descrer nas pessoas e nos sentimentos das pessoas.


Não é um fora de namorado, a morte do cachorro e nem falta de dinheiro.
Não! Isso é mato!


É saber que tem gente que teve a capacidade de ferir tão profundamente uma pessoa que só queria bem...
É saber que alguém tão querido, tão amado, se encontra murcho, seco, desesperançoso.


Desgosto. Essa palavra é forte, e eu sei o que representa. Mas hoje ela dói em mim muito menos do que neste alguém que amo.


Força, é o desejo maior que tenho em meu peito.
Esperança é ave, de grandes asas, que voa livre e em breve repousará novamente nesta alma ferida.
Saudade, existe. Vai doer. Mas vai passar, virando apenas lembranças.


Abra os olhos, mesmo que as lágrimas embaralhem e turvem sua visão.
Sorria. Dizem que os sorrisos cicatrizam as feridas invisíveis.
Caminhe para frente, pois seu caminho ainda é longo e muitas outras quedas virão, apenas para mostrar-te quanta força você ainda tem para se levantar!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Desaba'fo I - InVerdades Agressivas

Caralho, véi!
Que vontade de dar fodas pra tudo, de não querer mais nada, de aprender a dizer não.
Que vontade de sair dessa casca, dessa fôrma de menina certinha de família, de simpática, compreensiva, boa amiga...
Que vontade de ser agressiva, de ser corrosiva, de ter gosto de fel.
Que vontade de jogar tudo pro alto, educação, trabalho, dinheiro...
Que vontade de dormir o dia inteiro, de curtir preguiça e assistir televisão.
Que vontade de me alienar, de me vulgarizar, de me emburrecer.
Que vontade de mandar a todos pro inferno, de pensar asneiras e falar palavrão.
Vontade de dançar fora do rítmo, de cantar fora do tom.
Vontade de comer besteiras, de andar igual moleque, de tênis, boné, moleton...
Vontade de abolir a maquiagem, de não me arrumar pra ninguém, de não esperar por ninguém.
Que vontade de ficar sozinha, de ficar na minha, de só me preocupar comigo.
Vontade...
Ah, que vontade!
Que vontade de estar falando a verdade...

segunda-feira, 24 de março de 2008

As vezes as palavras me ...






































... FOGEM!!!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Ontem a noite

Não acreditava que te veria.
Não ontem.
Chamei simplesmente por costume...
Uma via das dúvidas,
geralmente de mão única.
Em meio a pessoas tão minhas
Você apareceu.
E mesmo em sua presença
Acho que nunca fui tão EU.
Ao dançar, me fiz segura
E dona das minhas vontades
Não acreditei naquele momento
Que existiria possibilidade
De se fazer novamente vivo
Aquilo que só almejava em meu íntimo
Mas que minha pele já suportava,
Não sem certa angútia,
Guardar apenas nas lembranças.
Apesar dos seus beijos
Aos quais sempre me entrego
Entendo o seu receio.
Eu páro.
Mas quero, não nego.
Sua cabeça recostada em meu peito
Fez de ti uma criança
Te vi tão frágil ali,
Que te quis apenas assim.
Não quero que se assuste
E nem que fuja de mim
Como sei que já fez outras vezes.
Apenas aceite...
Sei que a pessoa não sou EU
Não anseio mais este lugar.
Mas sua presença me faz bem
E se o que pode me oferecer é isso
Saiba que aceito de bom grado.
Não esperava nada mais.
Ao te fazer cafuné
Evitei me pensar mulher,
Mas quando você me tocou novamente
Todo aquele turbilhão de sensações
Que nunca senti com outra pessoa
Se afloraram em minha pele.
E ali, sentindo sua respiração,
Seu suor e sua saliva,
O seu corpo pesado
Largado sobre o meu,
Fui mulher como nunca
Com ninguém.
Mulher, amiga, louca e mãe
Tudo isso, na noite de ontem.

IMPRESSÕES DE UMA NOITE LONGA

"Festa estranha com gente esquisita..."
"Eu não to legal... Alguém me arranja uma birita!"
"Mas você vai beber?"
"Vou, ué! Não tenho mais nada pra fazer mesmo!"
"Acho melhor você se manter sóbria."
"Mas aí que graça vai ter? Não conheço ninguém aqui, não tenho nem cigarro e ninguém aqui fuma o que eu gosto. Sem beber não vou conseguir me soltar nem pra zuar."
"Ah, não se subestime! ... Olha! Finalmente uma cara amiga."
-Oh mocinha, não te vi aí.
-Cheguei agora.
"Alerta vermelho."
"Algo estranho no ar!"
-Deixa eu te apresentar minha amiga.
-Olá.
-E aí?
"Bom, pelo menos é mais uma 'cara amigável'..."
"Uai, mas onde ele vai? Vai me deixar aqui conversando com ela?"
"Ah, quê que tem? Pelo menos você vai ter alguém com quem conversar."
"É, faz sentido. Pelo visto ela também não conhece muita gente por aqui."
"Melhor ainda!"
-nasdhewoirhwelkfndsofhsdtfjertdskl
"Mas o quê ela tá falando?"
"Não sei, tava prestando atenção em você!"
"Ah, faz cara de quem tá entendendo e pronto!"
-Humhum. Hahahahaha...
"E agora, do que eles estão rindo?"
"Sei lá!"
"E porque você está rindo, então?"
"Ah, porque ninguém precisa saber que eu sou o cúmulo da lerdeza, né?"
"Ou, presta atenção lá, pra ver se você entende alguma coisa."
-...NOOB.
-Hahahahaha...
"Humpf!"
-Ha...ha...ha...
-Você sabe o que é NOOB?
-Anh... Não.
"Mas porque ele perguntou isso justamente pra você? Não falei pra fazer cara de quem tá entendendo?"
"Eu fiz! Até ri também."
"Vai ver você começou a rir depois deles. Você é mesmo muito lerda!"
"Ai, tá bom! Que saco!"
"Bom, pelo menos agora você sabe o que é NOOB. ... Uai, cadê o 'cara amiga'?"
"O telefone dele tocou e ele saiu."
"Menos mal. Você fica meio presa quando ele está perto."
-blábláblá... Uma garrafa de vinho e 2 litros e meio de cerveja.
"Ela disse 2 litros ou 2 copos?"
"Ah, sei lá. Isso não é relevante."
"Quando se trata de quantidade de cerveja, é sim!"
"Mas você viu o tamanho do copo? Mesmo que fossem 2 copos, já era muito, depois de uma garrafa de vinho!"
"É... isso é mesmo!"
-blablabla.
-É.
-Pois é.
"Olha, ele tá voltando."
"Ah, mas agora eu já tenho companhia. E a 'cara amigável' é simpática."
"Ainda bem, porque ele também já tem outra companhia."
"Mas essa não é a..."
"Ela mesma! Ele foi buscá-la."
"Já era, então!"
"E você tinha alguma dúvida?"
"Fazer o que, né? Acontece!"
-... 4 anos!
"Caramba! Então a 'cara amigável' é aquela?"
"Bingo!"
"Vixi! Mais um motivo pra deixar pra lá!"
"E ela até que é gente boa, né?"
"Pois é, mas ela ainda gosta dele."
"E porque você ta falando isso?"
"Pelo jeito dela quando ele voltou com a outra. Até eu que sou lerda já saquei."
"É mesmo!"
"Você também percebeu?"
"Que você é lerda? Sempre!"
"Ah, pára com isso! Vamos dançar pra ver se a gente anima um pouco mais, porque o cansaço já ta batendo!"
"Cê tá afim de fazer performances, hein!?"
"É, mas preciso do meu partner. Cadê ele?"
"Ih, aquele lá já tá doidão!"
"Vou lá assim mesmo!"
...
-...daí a gente desembola uns trampos. Mas tem que rolar um treinamento físico! ... Burnier ... Corporeidade...
"É, já vi que o papo aqui tá bravo!"
"Cara, nada de performances e o pior, minha cabeça tá querendo parar!"
"Segura as pontas aí, filha!"
"Cadê a 'cara amigável'? Pelo menos o papo tava bacana!"
"Apesar das suas lerdezas..."
"Nossa, mas hoje você tirou pra me jogar isso na cara, né? Pô, dá um desconto que eu tô cansadassa!"
"Sei, viu?! ... Ah, olha ela sentada ali no canto."
-Uai, se entregou?
-Cara, eu já tô bêbada, meu pé tá doendo e nem rola de ir embora sozinha. Ele que me trouxe, que me leve!
-Relaxa, moça! Qualquer coisa, quando eu for eu te dou uma carona. Não devo demorar muito.
-Beleza. Eu moro aqui perto mesmo!
"Olha o 'cara amiga' aí, de novo!"
"Sozinho?!"
"Acho que ela foi embora."
"Mas já?"
-Tô com muita fome. Acho que vou ali no posto comprar alguma coisa de comer.
-Eu vou com você.
"Aproveita e pede a eles pra trazerem o cigarro pra você!"
"Mas eu vou pedir isso justamente pra ele?"
"E o que tem?"
"Deixa pra lá! Eu aguento!"
"Cê que sabe, até porque você demorou tanto que eles já foram, mesmo..."
"Olha, outro 'rosto conhecido'."
...
-... aquela cachaça.
-Você fala da cachaça, mas não traz pra eu experimentar.
-Nossa, os meninos já tomaram. A de lá é mesmo muito boa.
-Caramba, eu nunca tinha reparado no seu sotaque!
-Acho que quando eu bebo eu falo ainda com mais sotaque.
"Agora vamos? A bateria aqui já está acabando!"
"Eu falei que se eu bebesse seria melhor!"
"Agora é tarde. Pega sua bolsa, despede do povo e 'vambora'!"
"Uai, nem vi que eles já tinham voltado."
"E parece que já estão indo também! O 'cara amiga' já tá até de mochila!"
-E aí, comeram?
-Chips.
-Vocês já estão indo? Querem carona?
-Você já tá indo?
-Acabei de pegar minha bolsa. Só despedir do povo e eu já vou.
"Na verdade, acho que só falta um 'rosto conhecido' pra você despedir."
"Peraí, é impressão minha ou ele tentou me beijar?"
"Nossa, mas depois você reclama que eu te chamo de lerda... Tentou e você saiu. Agora vamos? Eles já estão na porta te esp... Não acredito que você cedeu!"
...
-Agora eu tenho que ir.
-Ah, mas você não vai agora de jeito nenhum!
-É sério! Tenho que ir.
-Mas a noite tá só começando!
-Já são 2 e meia da manhã! Pra mim ela já tá acabando. Tchau!
...
"Ué, cadê eles?"
"Você não queria que eles te esperassem, né? Eles viram a situação e preferiram deixar vocês dois curtirem."
"Só se for curto mesmo!Eu saí logo depois deles, você sabe que eu detesto promoção de fim de festa!"
"Mas eles não eram obrigados a saber disso! ... Então você beijou o 'rosto conhecido'?"
"Ele me beijou."
"Mas você correspondeu!"
"Vai ficar me zuando agora?"
"Deixa pra lá. Será que eles chegaram bem?"
"Ai, é mesmo! Como será que eles voltaram?"
"Relaxa! Vai pra casa."
"Putz! E por falar em casa..."
"O que foi dessa vez?"
"Esqueci que to sem chave!"
"NOSSA! MAS VOCÊ É LERDA MESMO!"

terça-feira, 18 de março de 2008

Prostituição é trabalho!

Pode paracer estranho àqueles que me conhecem me verem dizer isso, mas prostituição é SIM um trabalho. E digo mais: digno!
Sei que eu sou uma menina de família, criada com todos aqueles valores morais, éticos e religiosos da tradicional família mineira, mas admito: EU ME PROSTITUO.
Coloquei para mim mesma, como meta, que este seria o meu ano de ganhar dinheiro. Não estou me importando muito com o reboco da coisa, contanto que me renda uma grana significativo no bolso e um certo prazer, pois ninguém é de ferro.
Não pense mal de mim, e não me veja como uma capitalista medíocre, olhando-me com um falso moralismo.
Quem nunca se protituiu, nessa vida?
Cumpro meus horários, me maquio, capricho na produção, faço todo o trabalho direitinho e, quase sempre, recebo o suficiente por isso.
Porque então minha consciência ainda insiste em me amolar?
Tantas pessoas também fazem isso, e sem dramas de identidade...
Talvez porque a grande maioria delas não cursou os quatro anos de faculdade que me pesaram tanto, para neste dado momento negá-los.
Sim! Eu prostituo minha ARTE!
Mas essa é a garantia que eu tenho de não precisar abandoná-la!

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Hoje não usarei meus óculos escuros.
Cansei de ver a vida em preto e branco...


Usarei o lilás!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Revirando meu baú...

"Sabe de uma coisa Seu
Vou lhe jogar no meu baú..."

Acho que todo mundo tem um baú. Daqueles onde guardamos todas aquelas coisas que não temos coragem de nos desfazer. Fotos antigas (ou nem tanto), rascunhos de declarações e poemas de amor, brinquedinhos de Kinder Ovo, cartas recebidas ou que nunca foram entregues, aquelas alianças de compromissos desfeitos, até mesmo aqueles botões coloridos, bonitinhos, do tempo da nossa avó, que guardamos na esperança de um dia colocá-los em nossas roupas...
Para algumas pessoas, o baú pode ser uma gaveta, uma caixinha colorida, uma pasta lá no fundo do maleiro... enfim. Acho que todos têm o seu.
Esses dias andei revirando o meu baú... Colocando mais algumas coisas e aproveitando para rever essas tralhas que fazem parte da minha história.
Percebi o quanto já amei e o quanto já sofri, quantas pessoas passaram pela minha vida e me deixaram marcas boas e ruins. Percebi quanta saudade eu tenho de algumas coisas e como elas são melhores na minha lembrança... E percebi, principalmente, a enorme capacidade que eu tenho de juntar coisas!
Resolvi, então dar uma geral, uma limpa no meu baú. Jogar fora todas aquelas coisas que realmente já não fazem mais sentido pra mim. Quanta coisa!!!
Agora estou até mais leve... Guardando aqueles momentos na minha memória, até que voem como aquelas lembranças que já me esqueci (visto que memória boa não é uma das minhas virtudes) mas que assim, por pior que sejam, se tornam lindas.
Joguei tanta coisa fora!!!
Mas os botões...
Ah, os botões!!!
Esses eu ainda guardo.

"Sabe de uma coisa Seu
Vou lhe jogar no meu baú
Vivo e mágico
Com as coisas boas que tem lá."
(Trecho de Baú - Vanessa da Mata)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Homônimos

É engraçado as surpresas que a vida arma pra gente... E é engraçado também o quanto não aprendemos nada com cada uma dessas surpresas, e estamos sempre repetindo os mesmo erros...
Eu vi você. Aquele, sem o "H". Descobri você em meio a tanta gente, em meio à tantas coisas.
Te vi e te quis, mesmo sem saber quem tu eras.
Criei em mim um você tão perfeito, que não quis mais saber de outro (ou outros, como era costume). E tempo se passou assim... Nem percebi!
Convivi bem com minhas idéias e suas verdades, ou meias verdades... ou mentiras... Enfim, prefiro nem saber.
Era só você pra mim, mesmo eu sabendo que não era somente eu pra você. Isso não me importava, porque quando estávamos juntos, você me completava de uma maneira, que meu corpo, por mais cansado que estivesse, sempre pedia mais.
Me deixei levar e guiar por uma ilusão gostosa (mas que não deixa de ser ilusão) criada, não por você, mas por mim mesma.
Até que um dia eu o vi. Homônimo, com "H".
Situações tão parecidas... Tanta gente... tantas outras gentes...
E eu o quis, como quis você. Criações quase virtuais, pelas quais me apaixono e me entrego.
Como a vida é cíclica, não?!
E, por mais estranho que pareça, deixei que minha náu mudasse de direção, e navegasse ao léo... Espero, algum dia, encontrar um porto que não seja de ilusão...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

In Vento

Invento
Invento o vento que vejo balançar os cabelos de quem passa
O mesmo vento que ao balançar os meus cabelos valoriza o meu "visual Vanessa" - inventado
Invento vida onde vejo vias paradas e solitárias.
Invento as veias onde correm, em vez de sangue, vinho (branco e tinto)
Invento o verde do gramado, onde deito e rolo...
Ih, inventei...
Não deito nem rolo, mas In Vento.
Invento vozes conhecidas e queridas, me dizendo versos voláteis, seja lá o que isso quer dizer
Invento uma vaidade inexistente, em uma quase velha mulher ainda na infância, que vive só de frente pro espelho, esperando que alguém lhe veja
Invento lembranças, às vezes vagas, de vidas passadas
Invento letras e palavras que se vertem em V's
Invento verbos, por vezes já inventados...
Invento...
Mas o vento, [que voraz!] insiste em varrer minhas inventividades.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Eu... atriz...

Sempre quis ser atriz. Desde criança.
Nunca pensei em fama, dinheiro ou televisão. Queria ser atriz para poder dizer algo que encantasse, alegrasse, deslumbrasse... Algo que fizesse alguém refletir, ou simplesmente sorrir, ali, na minha frente.
O palco nunca foi sinal de status, e sim de transgressão.
Transgredir aquilo que já está posto como real e certo.
No palco, aprendi a me conhecer, e, por mais antagônico que pareça, aprendi a não fingir. Atuar, não é fingir, e sim brincar. Representar não é fingir ser quem você não é, e sim,brincar com várias possibilidades de você mesmo.
É apresentar alguém, que, por mais diferente que seja de você, sempre terá um pouquinho seu, a outro alguém. É sempre como um presente.
Quando atuo, estou me doando de presente. Estou expondo, não só a minha figura, mas eu mesma, em qualquer situação, possível ou improvável...
É, me falaram que sou atriz... e eu concordo!
Eu presente pra você.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Poderia ser melhor

Hoje me machuquei
senti uma dor horrível
pior do que quando se bate com o dedo mindinho na quina da porta...
pior do que quando se cai da escada, rolando uns seis degraus...
pior do que quando se morde a língua no meio da fala empolgada...
pior...
muito pior!

Hoje engoli em seco
e senti um gosto horrível
pior do que jiló sem tempero...
pior do que dizem do fel...
pior do que própolis sem mel...
pior...
muito pior!

Hoje abri os olhos
e vi coisas horríveis
coisas que eu não queria ver
pior do que filme de monstro...
pior do que a Vera Loyola e a Elza Soares...
pior do que minha cara borrada, quando acordo de ressaca em dia seguinte de festa...
pior...
muito pior!

Hoje me magoei com um amigo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Só um suspiro... mas não inspiração.

há tempos venho tentando escrever
quase todos os dias
mas parece que as palavras se perdem em algum lugar obscuro
entre minha mente e meus dedos...

queria escrever sobre o mar... a areia e o vento.
sobre a saudade daquele lugar
saudade
que em lugar de diminuir
deixou um gosto de quero mais
e a vontade de voltar.

queria escrever sobre olhares
e também sobre olhos.
olhares que se encontrar, se desencontram
se marejam,
de lágrimas ou maresias
olhares verdes, pretos, azuis, castanhos
que se atraem, se conectam e também que fogem.

queria escrever sobre pessoas
sobre braços e abraços
fortes ou falsos
sobre pés e passos
de salto ou descalços
as vezes descompassados...

queria escrever sobre a música
escrever a própria música
música própria
cantar minha música
ser cantada em música
ser cantada com música

enfim...
queria escrever,
mas faltou inspiração.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pensar em Coisas Lindas

Quando anoitece no vale encantado,
Fica só um fiozinho de luz vermelhaLá no horizonte.
E todas as crianças do mundo param pra ver o pôr do sol.
Ah, o deus das fadas fica tão triste se a gente deixa
De ver o pôr do sol!
A linha vermelha, puxa uma carruagem cheia de estrelas,
Onde está a deusas dos sonhos e seu pó mágico,
Que faz a gente sonhar coisas lindas...
Quando vocês estiverem tristes, pensem em coisas lindas:
Balas, travessuras, carinho, carrinho, beijo de mãe,
Brincadeira de queimado, árvore de natal,
Árvore de jabuticaba, céu amarelo, bolas azuis,
Risadas, colo de pai, história de avó...
Quando vocês forem grandes e acharem que a vida não é linda
Pensem em coisas lindas.
Mas pensem com força, com muita força,
Porque aí o céu vai ficar cheio de vacas gordas amarelas,
Cachorro bonzinho, bruxa simpática,
Sorvete de chocolate, caramelos e amigos
Vamos, vamos lá! vamos pensar só em coisas lindas!
Brincar na chuva, boneca nova, boneca velha, bola grande,
Mar verde, submarino amarelo, fruta molhada, banho de rio,
Guerra de travesseiro, boneco de areia, princesas,
Heróis, cavalos voadores...
Ih! já tá anoitecendo no vale encantado!
Dorme em paz, minha criança querida
Vamos pensar em coisas lindas até amanhecer.

(ás vezes outras pessoas falam por nós, bem melhor que nós mesmos!)
Oswaldo Montenegro - "Meu marido!"