segunda-feira, 31 de março de 2008

Tudo é Jazz





Durante boa parte da minha vida acreditei que Jazz era uma dança. Isso mesmo, uma dança que pratiquei quando criança e que agora, depois de velha, resolvi me arriscar de novo.


Jazz, pra mim, sempre foi uma espécie de balé mais livre, mais rápido e vigoroso, que pode ter coreografia com qualquer tipo de música. É uma dança muito precisa, onde a gente tem que ter força no abdômen, equilíbrio e puxar pontinha de pé, como no clássico (não música clássica, mas balé clássico).
Um dia me disseram que Jazz era um estilo musical. Aquele que eu, na minha vasta ignorância, sempre achei que era a mesma coisa de Blues (que não é a cor, mas a música).
Resolvi, então, procurar saber o que era esse tal de Jazz - a música, não a dança - e me deparei com outras dificuldades: bee bop, free jazz, cool jazz... (depois dizem por aí da liberdade do Jazz... tá legal...)
Bom, achei comunidades de Jazz e até um blog só de Jazz. Essas virtualidades são ótimas, às vezes... Alguns desses colegas virtuais me ajudaram tentando explicar cada um desses detalhes Jazzísticos.
Então aí vai o que eu aprendi!
Bee bop (ou seria Bep Bop? Quem souber, pode responder!) - dizem que são harmonias mais dissonantes e mais complexas, geralmente notas em fusas e semifusas. Eu que já tô ficando confusa! Mas vamos lá!
Passemos então ao Cool Jazz (legal o nome, né?) - surgiu no final da década de 40 como reação ao bep bop (achei assim mais bonitinho...) e se caracteriza por notas mais suaves e prolongadas. Acho que o que está se prolongando são essas explicações... Mas vamos continuar, só falta mais uma.
Finalmente o Free Jazz, nascido no final de década de 50, marcado pela liberdade melódica, harmônica e rítmica.
Tá, e agora?
Sintonizei pela internet uma rádio só de Jazz.
E...
Não consegui identificar nada!
Será que alguém consegue?
Preferi deixar pra lá, afinal, tudo é Jazz.

Já ouço Jazz, já danço Jazz e saber...
Saber mesmo, não sei nenhuma das duas coisas.
Mas tenho curtido ambas com imenso prazer!




Escrevi este texto para algumas pessoas em especial,
que curtem muito esse tal de Jazz.
A dança e a música!

Feridas de alguém que amo


Tem umas coisas que nos deixam tristes...
Extremamente tristes.
Situações que nos fazem descrer nas pessoas e nos sentimentos das pessoas.


Não é um fora de namorado, a morte do cachorro e nem falta de dinheiro.
Não! Isso é mato!


É saber que tem gente que teve a capacidade de ferir tão profundamente uma pessoa que só queria bem...
É saber que alguém tão querido, tão amado, se encontra murcho, seco, desesperançoso.


Desgosto. Essa palavra é forte, e eu sei o que representa. Mas hoje ela dói em mim muito menos do que neste alguém que amo.


Força, é o desejo maior que tenho em meu peito.
Esperança é ave, de grandes asas, que voa livre e em breve repousará novamente nesta alma ferida.
Saudade, existe. Vai doer. Mas vai passar, virando apenas lembranças.


Abra os olhos, mesmo que as lágrimas embaralhem e turvem sua visão.
Sorria. Dizem que os sorrisos cicatrizam as feridas invisíveis.
Caminhe para frente, pois seu caminho ainda é longo e muitas outras quedas virão, apenas para mostrar-te quanta força você ainda tem para se levantar!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Desaba'fo I - InVerdades Agressivas

Caralho, véi!
Que vontade de dar fodas pra tudo, de não querer mais nada, de aprender a dizer não.
Que vontade de sair dessa casca, dessa fôrma de menina certinha de família, de simpática, compreensiva, boa amiga...
Que vontade de ser agressiva, de ser corrosiva, de ter gosto de fel.
Que vontade de jogar tudo pro alto, educação, trabalho, dinheiro...
Que vontade de dormir o dia inteiro, de curtir preguiça e assistir televisão.
Que vontade de me alienar, de me vulgarizar, de me emburrecer.
Que vontade de mandar a todos pro inferno, de pensar asneiras e falar palavrão.
Vontade de dançar fora do rítmo, de cantar fora do tom.
Vontade de comer besteiras, de andar igual moleque, de tênis, boné, moleton...
Vontade de abolir a maquiagem, de não me arrumar pra ninguém, de não esperar por ninguém.
Que vontade de ficar sozinha, de ficar na minha, de só me preocupar comigo.
Vontade...
Ah, que vontade!
Que vontade de estar falando a verdade...

segunda-feira, 24 de março de 2008

As vezes as palavras me ...






































... FOGEM!!!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Ontem a noite

Não acreditava que te veria.
Não ontem.
Chamei simplesmente por costume...
Uma via das dúvidas,
geralmente de mão única.
Em meio a pessoas tão minhas
Você apareceu.
E mesmo em sua presença
Acho que nunca fui tão EU.
Ao dançar, me fiz segura
E dona das minhas vontades
Não acreditei naquele momento
Que existiria possibilidade
De se fazer novamente vivo
Aquilo que só almejava em meu íntimo
Mas que minha pele já suportava,
Não sem certa angútia,
Guardar apenas nas lembranças.
Apesar dos seus beijos
Aos quais sempre me entrego
Entendo o seu receio.
Eu páro.
Mas quero, não nego.
Sua cabeça recostada em meu peito
Fez de ti uma criança
Te vi tão frágil ali,
Que te quis apenas assim.
Não quero que se assuste
E nem que fuja de mim
Como sei que já fez outras vezes.
Apenas aceite...
Sei que a pessoa não sou EU
Não anseio mais este lugar.
Mas sua presença me faz bem
E se o que pode me oferecer é isso
Saiba que aceito de bom grado.
Não esperava nada mais.
Ao te fazer cafuné
Evitei me pensar mulher,
Mas quando você me tocou novamente
Todo aquele turbilhão de sensações
Que nunca senti com outra pessoa
Se afloraram em minha pele.
E ali, sentindo sua respiração,
Seu suor e sua saliva,
O seu corpo pesado
Largado sobre o meu,
Fui mulher como nunca
Com ninguém.
Mulher, amiga, louca e mãe
Tudo isso, na noite de ontem.

IMPRESSÕES DE UMA NOITE LONGA

"Festa estranha com gente esquisita..."
"Eu não to legal... Alguém me arranja uma birita!"
"Mas você vai beber?"
"Vou, ué! Não tenho mais nada pra fazer mesmo!"
"Acho melhor você se manter sóbria."
"Mas aí que graça vai ter? Não conheço ninguém aqui, não tenho nem cigarro e ninguém aqui fuma o que eu gosto. Sem beber não vou conseguir me soltar nem pra zuar."
"Ah, não se subestime! ... Olha! Finalmente uma cara amiga."
-Oh mocinha, não te vi aí.
-Cheguei agora.
"Alerta vermelho."
"Algo estranho no ar!"
-Deixa eu te apresentar minha amiga.
-Olá.
-E aí?
"Bom, pelo menos é mais uma 'cara amigável'..."
"Uai, mas onde ele vai? Vai me deixar aqui conversando com ela?"
"Ah, quê que tem? Pelo menos você vai ter alguém com quem conversar."
"É, faz sentido. Pelo visto ela também não conhece muita gente por aqui."
"Melhor ainda!"
-nasdhewoirhwelkfndsofhsdtfjertdskl
"Mas o quê ela tá falando?"
"Não sei, tava prestando atenção em você!"
"Ah, faz cara de quem tá entendendo e pronto!"
-Humhum. Hahahahaha...
"E agora, do que eles estão rindo?"
"Sei lá!"
"E porque você está rindo, então?"
"Ah, porque ninguém precisa saber que eu sou o cúmulo da lerdeza, né?"
"Ou, presta atenção lá, pra ver se você entende alguma coisa."
-...NOOB.
-Hahahahaha...
"Humpf!"
-Ha...ha...ha...
-Você sabe o que é NOOB?
-Anh... Não.
"Mas porque ele perguntou isso justamente pra você? Não falei pra fazer cara de quem tá entendendo?"
"Eu fiz! Até ri também."
"Vai ver você começou a rir depois deles. Você é mesmo muito lerda!"
"Ai, tá bom! Que saco!"
"Bom, pelo menos agora você sabe o que é NOOB. ... Uai, cadê o 'cara amiga'?"
"O telefone dele tocou e ele saiu."
"Menos mal. Você fica meio presa quando ele está perto."
-blábláblá... Uma garrafa de vinho e 2 litros e meio de cerveja.
"Ela disse 2 litros ou 2 copos?"
"Ah, sei lá. Isso não é relevante."
"Quando se trata de quantidade de cerveja, é sim!"
"Mas você viu o tamanho do copo? Mesmo que fossem 2 copos, já era muito, depois de uma garrafa de vinho!"
"É... isso é mesmo!"
-blablabla.
-É.
-Pois é.
"Olha, ele tá voltando."
"Ah, mas agora eu já tenho companhia. E a 'cara amigável' é simpática."
"Ainda bem, porque ele também já tem outra companhia."
"Mas essa não é a..."
"Ela mesma! Ele foi buscá-la."
"Já era, então!"
"E você tinha alguma dúvida?"
"Fazer o que, né? Acontece!"
-... 4 anos!
"Caramba! Então a 'cara amigável' é aquela?"
"Bingo!"
"Vixi! Mais um motivo pra deixar pra lá!"
"E ela até que é gente boa, né?"
"Pois é, mas ela ainda gosta dele."
"E porque você ta falando isso?"
"Pelo jeito dela quando ele voltou com a outra. Até eu que sou lerda já saquei."
"É mesmo!"
"Você também percebeu?"
"Que você é lerda? Sempre!"
"Ah, pára com isso! Vamos dançar pra ver se a gente anima um pouco mais, porque o cansaço já ta batendo!"
"Cê tá afim de fazer performances, hein!?"
"É, mas preciso do meu partner. Cadê ele?"
"Ih, aquele lá já tá doidão!"
"Vou lá assim mesmo!"
...
-...daí a gente desembola uns trampos. Mas tem que rolar um treinamento físico! ... Burnier ... Corporeidade...
"É, já vi que o papo aqui tá bravo!"
"Cara, nada de performances e o pior, minha cabeça tá querendo parar!"
"Segura as pontas aí, filha!"
"Cadê a 'cara amigável'? Pelo menos o papo tava bacana!"
"Apesar das suas lerdezas..."
"Nossa, mas hoje você tirou pra me jogar isso na cara, né? Pô, dá um desconto que eu tô cansadassa!"
"Sei, viu?! ... Ah, olha ela sentada ali no canto."
-Uai, se entregou?
-Cara, eu já tô bêbada, meu pé tá doendo e nem rola de ir embora sozinha. Ele que me trouxe, que me leve!
-Relaxa, moça! Qualquer coisa, quando eu for eu te dou uma carona. Não devo demorar muito.
-Beleza. Eu moro aqui perto mesmo!
"Olha o 'cara amiga' aí, de novo!"
"Sozinho?!"
"Acho que ela foi embora."
"Mas já?"
-Tô com muita fome. Acho que vou ali no posto comprar alguma coisa de comer.
-Eu vou com você.
"Aproveita e pede a eles pra trazerem o cigarro pra você!"
"Mas eu vou pedir isso justamente pra ele?"
"E o que tem?"
"Deixa pra lá! Eu aguento!"
"Cê que sabe, até porque você demorou tanto que eles já foram, mesmo..."
"Olha, outro 'rosto conhecido'."
...
-... aquela cachaça.
-Você fala da cachaça, mas não traz pra eu experimentar.
-Nossa, os meninos já tomaram. A de lá é mesmo muito boa.
-Caramba, eu nunca tinha reparado no seu sotaque!
-Acho que quando eu bebo eu falo ainda com mais sotaque.
"Agora vamos? A bateria aqui já está acabando!"
"Eu falei que se eu bebesse seria melhor!"
"Agora é tarde. Pega sua bolsa, despede do povo e 'vambora'!"
"Uai, nem vi que eles já tinham voltado."
"E parece que já estão indo também! O 'cara amiga' já tá até de mochila!"
-E aí, comeram?
-Chips.
-Vocês já estão indo? Querem carona?
-Você já tá indo?
-Acabei de pegar minha bolsa. Só despedir do povo e eu já vou.
"Na verdade, acho que só falta um 'rosto conhecido' pra você despedir."
"Peraí, é impressão minha ou ele tentou me beijar?"
"Nossa, mas depois você reclama que eu te chamo de lerda... Tentou e você saiu. Agora vamos? Eles já estão na porta te esp... Não acredito que você cedeu!"
...
-Agora eu tenho que ir.
-Ah, mas você não vai agora de jeito nenhum!
-É sério! Tenho que ir.
-Mas a noite tá só começando!
-Já são 2 e meia da manhã! Pra mim ela já tá acabando. Tchau!
...
"Ué, cadê eles?"
"Você não queria que eles te esperassem, né? Eles viram a situação e preferiram deixar vocês dois curtirem."
"Só se for curto mesmo!Eu saí logo depois deles, você sabe que eu detesto promoção de fim de festa!"
"Mas eles não eram obrigados a saber disso! ... Então você beijou o 'rosto conhecido'?"
"Ele me beijou."
"Mas você correspondeu!"
"Vai ficar me zuando agora?"
"Deixa pra lá. Será que eles chegaram bem?"
"Ai, é mesmo! Como será que eles voltaram?"
"Relaxa! Vai pra casa."
"Putz! E por falar em casa..."
"O que foi dessa vez?"
"Esqueci que to sem chave!"
"NOSSA! MAS VOCÊ É LERDA MESMO!"

terça-feira, 18 de março de 2008

Prostituição é trabalho!

Pode paracer estranho àqueles que me conhecem me verem dizer isso, mas prostituição é SIM um trabalho. E digo mais: digno!
Sei que eu sou uma menina de família, criada com todos aqueles valores morais, éticos e religiosos da tradicional família mineira, mas admito: EU ME PROSTITUO.
Coloquei para mim mesma, como meta, que este seria o meu ano de ganhar dinheiro. Não estou me importando muito com o reboco da coisa, contanto que me renda uma grana significativo no bolso e um certo prazer, pois ninguém é de ferro.
Não pense mal de mim, e não me veja como uma capitalista medíocre, olhando-me com um falso moralismo.
Quem nunca se protituiu, nessa vida?
Cumpro meus horários, me maquio, capricho na produção, faço todo o trabalho direitinho e, quase sempre, recebo o suficiente por isso.
Porque então minha consciência ainda insiste em me amolar?
Tantas pessoas também fazem isso, e sem dramas de identidade...
Talvez porque a grande maioria delas não cursou os quatro anos de faculdade que me pesaram tanto, para neste dado momento negá-los.
Sim! Eu prostituo minha ARTE!
Mas essa é a garantia que eu tenho de não precisar abandoná-la!