terça-feira, 28 de agosto de 2007

O arco-íris

-Mamãe, os arco-íris existem de verdade?
-Claro, meu bem... Por que a pergunta?
-É que eu achei que eles existiam só nos desenhos animados! Mas então, porque eu nunca vi um?
-Ora, meu bem, é que eles não aparecem sempre.
-Quando eles aparecem, mamãe?
-Ah, meu filho... Quando chove e faz sol ao mesmo tempo.
-Ah... Mas e os duendes?
-Que duendes, meu Deus?
-Os duendes que guardam o pote de ouro!
-Anh?
-É, mamãe! No final do arco-íris!
-Não, meu filho. Os duendes não existem.
-Como não, mamãe?! Você já foi no final do arco-íris pra saber?
-Não! Mas duendes não existem.
-Mas o arco-íris existe...
-Claro!
-Mas eu nunca vi...
-É que você nunca prestou atenção no céu na hora certa.
-Quer saber, mamãe?! Eu acho que a senhora está querendo me enganar!
-Enganar? Eu?
-É. E ficar com o ouro só pra senhora!
-Claro que não! Onde já se viu!?
-Mas se o arco-íris existe, e a senhora nunca foi lá, como a senhora pode dizer que os duendes e o ouro não exitem?!
-Se existissem, você acha que eu já não teria ido lá pegar um pouquinho do ouro?!
-Hehehe... A senhora é tão boba, mamãe!
-Sou é? E porque? Posso saber?
-Porque os duendes nunca teriam deixado você encontrar o ouro, né? Ah, vai ver que é por isso que a senhora não sabe onde fica.
-Ai ai ai...
-Não fica triste não mamãe. Quando eu descobrir eu conto pra senhora, viu?!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Entre devaneios, um turbilhão de idéias se misturam com sentimentos, pensamentos, coisas não ditas...
Letras, frases e palavras giram na minha mente, vagando e confundindo aquilo que eu tinha por certo...
Não sei se é certo, se está aberto... Se é concreto ou abstração... ou ainda invenção...
Invento coisas que não sei se são reais ou apenas cenas com personagens reais e realidade fictícia.
Enfim, palavras que não dizem nada, onde me exponho e me escondo...

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ser Atriz

É engraçado pensar... não sou atriz!
Quatro anos de faculdade, alguns sonhos e muita incerteza.
Não sei quanto a você, mas EU não sou atriz.
Às vezes eu até queria, mas não tenho essa vivacidade, essa força e essa beleza que toda atriz deve ter.
Não sou atriz.
Brinco de teatro, como a criança que brinca sem compromisso com sua boneca em seu quarto, despreocupada de que alguém a esteja olhando.
Não sou atriz.
Não tenho a técnica, a inteligência e o charme de uma atriz.
Posso saber o que fazer, mas não o faço como uma atriz.
Não sou atriz.
Mesmo sabendo que o que sempre quis foi ser atriz.
Não sou atriz.
Mas, se não sou atriz, o que sou?
Ou melhor... o que quero ser?
Não sei.
Só sei que não sou atriz...
acho que sou criança!

olhos

Da janela eu vejo as luzes que brilham, cada uma delas, sinal de alguém.
Da janela eu vejo os olhos marejados de saudade num reencontro.
Da janela eu vejo as estrelas que piscam, em busca de serem visitadas.
Da janela eu vejo as confidências trocadas com a lua.
Da janela eu vejo a vida que queria levar...
Poesia, música e sonho.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

de nada valem seus esforços, se eles não obtêm resultados,
são como perfumes sem cheiro, em belos frascos.
de nada valem seus esforços, se deles não surgem concretudes,
são como as construções, obras inacabadas.
sem um final, de nada vale o meio... o processo.
de nada valem meus esforços...

sem título

quem vê meu rosto, meu olhar, meu sorriso
não imagina cada um dos fantasmas que teimam em me assombrar...
quem vê meu jeito de "mulher desencanada"
não imagina a vontade que tenho de ganhar colo, carinho e cafuné...
quem vê minhas roupas
não imagina por quantas pessoas elas passaram até se tornarem minhas...
quem vê o meu trabalho
não imagina o medo que tenho de gente, da luz, da frente...
quem vê as decisões que eu tomo
não imagina a insegurança e a incerteza quem rondam sempre em minha mente...
quem vê minhas palavras
não imagina que por traz de cada uma delas existe um ser humano buscando construção.

sábado, 11 de agosto de 2007

e se foi...
por onde andas?
e se foi...
tinha coisas a resolver...
e se foi...
o retorno...
e se foi...

depois da partida, fica a ansiedade e a saudade, mas será que vale à pena?
depois da distância, o retorno é sempre um abismo.

se foi...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

...

olho no olho através do espelho
diálogo mudo consigo mesmo
um piscar de olhos
universo infinito de idéias num instante
instante
inconstante
incessante
inquietante
lê o que escreve de si
e que guarda em algum lugar no outro
no peito, um vazio, um buraco
quando sozinho, sente falta de si mesmo
vaga a sua procura
no outro, sente-se inteiro
se acha e se perde
se completa e se esvazia

terça-feira, 7 de agosto de 2007

...

Caminho de areia,
pés descalços,
pegadas no chão.
Brisa batendo no rosto,
cabelos esvoaçando.
Pensamento longe,
emaranhado de idéias.
Olhar no horizonte.
Pára. Senta.
Fica olhando o sol se pôr.

Crescer... parte II

Parece que eu adivinhava o que estava para acontecer...
É... chegou de uma vez a hora de crescer!
Mas o que fazer? Pra onde ir?
Não sei.
Essa frase está acabando comigo.
O que eu quero?
Não sei.
O que eu faço?
Não sei.
Quem sou eu?
Não sei.
Por favor... alguém aí???
Alguém me escuta???
Alguém me ajuda???
Não.
Ninguém pode me ajudar enquanto eu não souber o que eu quero.
Socorro!!!
Queria poder abrir minha cabeça, tirar tudo lá de dentro, arquivar o que não preciso mais e organizar as novas coisas...
Entro agora num túnel... escuro...
Mas sei que a luz tá lá no final... em algum lugar adiante...
Vou seguindo...

domingo, 5 de agosto de 2007

Mudanças...

Passarinho voava sem rumo
e sem preocupação de ter para onde voar, pois sabia que tinha para onde voltar...
Certo dia, chegando ao ninho,
viu que teria que decidir para qual rumo seguir, pois seu porto seguro estava ameaçado.
A ameaça deixou o passarinho desnorteado, amedrontado, até acovardado.
Passarinho pensou em deixar tudo, esconder-se sobre as asas da mãe, mas ela também não tinha condições de protegê-lo, pois esta ameaça se dirigia também a ela.
Passarinho pensou em talvez deixar de voar...
Passar a caminhar... em terra firme...
Mas isso não afastaria a ameaça.
Passarinho, voe para onde quiser, mas saiba primeiro para onde você quer ir. Assim, seu vôo será mais certeiro e o risco será um pouco menor.
Perigos sempre existirão, mas "quando não se sabe para onde ir, qualquer lugar serve" e o risco é maior...
Passarinho, quando souber para onde ir, me conte...
Eu também procuro meu rumo neste momento...
Deixe-me voar com você!