Estavam os quatro à mesa. Olhos baixos. Silêncio....
Ouvia-se apenas o tilintar dos talheres e as vozes misturadas de muitas pessoas que almoçavam completamente alheias àquela situação.
Ninguém ousava levantar os olhos, ao passo que no fundo, nenhum deles sabia realmente o que estava se passando.
Mesa para quatro. Dois e dois. Nenhuma palavra.
Aquele silêncio crescente tornou-se ainda mais incômodo, e no justo momento em que alguém tomou coragem para quebrá-lo, ouviu-se na mesa o som de um suspiro. Um suspiro dolorido e molhado por lágrimas.
Justamente ela. Ela que sempre fora a mais forte, dura, decidida, muitas vezes até radical...
Mas o que estava acontecendo? Qual era o motivo de toda aquela tristeza?
À menor menção de uma pergunta, ouviu-se com rispidez:
"Eu não quero falar sobre isso."
Novamente o silêncio.
Os outros três baixaram novamente os olhos para suas refeições. Estrogonfe, batatas, salada...
Nenhum deles tinha mais fome, mas enquanto comiam, ocupavam suas bocas sedentas por respostas.
Mastigavam e engoliam [empurravam] a comida, enquanto um turbilhão de idéias, imagens, certezas indiscretas e incertas passeavam em suas mentes .
Neste momento todos pensavam: "os amigos nessas horas não servem pra nada..."
terça-feira, 13 de novembro de 2007
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
ainda
meus olhos te seguem desapercebidos
quando não quero te ver
meu olhar, indiscreto repousa em você
radar do seu olhar fugidio
da sua alegria eufórica, triste, às vezes
desperta minha curiosidade
aguça minha vontade
distante... saudade
tento te ler sem te invadir
tento te ter, mas sem insistir
sentida, me recolho em minha covardia
aguardando então o momento
de te ver desarmado
calculando milimetricamente cada linha
cada palavra [uma arma]
cada sentimento
para te comer pelas beiradas
ou me fartar antes da hora
[já passada]
e desistir bulimicamente
quando não quero te ver
meu olhar, indiscreto repousa em você
radar do seu olhar fugidio
da sua alegria eufórica, triste, às vezes
desperta minha curiosidade
aguça minha vontade
distante... saudade
tento te ler sem te invadir
tento te ter, mas sem insistir
sentida, me recolho em minha covardia
aguardando então o momento
de te ver desarmado
calculando milimetricamente cada linha
cada palavra [uma arma]
cada sentimento
para te comer pelas beiradas
ou me fartar antes da hora
[já passada]
e desistir bulimicamente
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Depois do Jazz, o Rock e o Forró - Parte II
...
Diálogo de fim de noite:
- vamos pra outro lugar?
- anh?
- tomar a saideira.
- ah, onde?
- posto de gasolina.
- calma aí, né, galera?! a coisa tá assim?
- não, sô! na loja de conveniência.
- desce a saideira!
- duas!
- duas pra cada um.
- quatro!
- quatro saideiras?
- não quatro horas, socorro!
- porque? ta ruim aqui?
- não, mas levanto daqui duas horas!
- ah, então ainda tem tempo!
- socorro!
bibibibi!
bibibibi!
bibibibi!
- eu ainda quebro esse despertador!
Diálogo de fim de noite:
- vamos pra outro lugar?
- anh?
- tomar a saideira.
- ah, onde?
- posto de gasolina.
- calma aí, né, galera?! a coisa tá assim?
- não, sô! na loja de conveniência.
- desce a saideira!
- duas!
- duas pra cada um.
- quatro!
- quatro saideiras?
- não quatro horas, socorro!
- porque? ta ruim aqui?
- não, mas levanto daqui duas horas!
- ah, então ainda tem tempo!
- socorro!
bibibibi!
bibibibi!
bibibibi!
- eu ainda quebro esse despertador!
Depois do Jazz, o Rock e o Forró - Parte I
Música alta e muita cerveja
encorajando o contato, a soltura, o enlace, o desembaraço
pés arrastando no soalho liso
cabelos voando, e a saia subindo a cada giro
a cada passo, um sorriso
Corpos dançando, rodando, quase voando
encorajando o contato, a soltura, o enlace, o desembaraço
pés arrastando no soalho liso
cabelos voando, e a saia subindo a cada giro
a cada passo, um sorriso
muitos sorrisos e um par de olhos
aqueles olhos
Corpos dançando, rodando, quase voando
às vezes caindo
corpos abraçados, suados, embriagados, enamorados
entre nomes e apelidos,
Kiko, Catatau, Flô, Tchuca, Bombom, Vanessa da Mata
te descubro homônimo...
fim de noite, me despeço
você se vai, eu permaneço
...
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