Escrevo ao meu fiel companheiro,
meu Quixote predileto,
aquele que enfrenta os moinhos de vento ao meu lado, me ajudando e me defendendo dos leões, geralmente criados pela minha imaginação pulsante e voadora, com seu realismo seco e as vezes sádico.
Não, não sou o Quixote, sou o Sancho mesmo...
Acho que combino mais com o "Pança"...
Loucos, somos os dois!
Então não importa quem é quem, nessa metáfora cervantesca.
Nossa loucura vai além de deitarmos num gramado e devaneamos nossas inquietudes pululantes sobre a noite, o céu, a lua e a sua áurea, com uma festa de psicodelia acontecendo simulatanemente a menos de dez metros de nós.
Aí tive ainda mais certeza dos elos que nos unem.
Você, um fiel escudeiro a quem faço questão de carregar a tiracolo, me prova a cada dia seu valor na minha jornada.
Uma enciclopédia humana, que dispensa os rodeios e redundâncias chatas e costumeiras das enciclopédias comuns.
Um divã, onde não me deito, mas confesso meus temores, meus sonhos, minhas ânsias e angústias...
Um anjo, sem cachinhos (e quase sem cabelo), que vela meu sono, esperando-me recuperar a condição de dirigir.
Um artista, com quem gosto de trocar e adquirir novas experiências.
Um beberrão, companheiro de todos os copos, latas, taças, tulipas, cuias, cabaças...
Um músico, literato, filósofo, psicólogo, louco e lúcido.
Antagônico, paradoxal, mas nunca contradicente.
Um amigo, daqueles que a gente confia tanto que acaba esquecendo que ele é homem (e que por sinal, ficou muito bravo quando o contei que quase o considerava assexuado)...
Quixote querido, quero continuar sempre como seu Sancho Pança, parceiro e partner, enfrentando quantos gigantes, dragões e moinhos aparecerem.
Obrigada!
Do Sancho Pança, amigo fiel e relapso.
Homenagem a um grande amigo, que apesar do nome vindo diretamente dos filems de terror, será sempre muito mais poético no meu bem querer.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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9 comentários:
Eita. Coisa bonita de se ler! Amizade assim não tem nada de quixotesco. Ou talvez tenha se analisármos o lado da raridade.
Muito belas suas palavras. Achei criativo e de extremo bom gosto sua analogia com Cervantes.
beijos
Bonito mesmo! Ele deve estar se sentindo nas nuvens...
Não conheço o texto da Lya Luft que você mencionou. Você o tem pra me mandar por e-mail?
Beijocas.
tou com o Filipe... bem peculiar esse texto! e isso é bacana. antes de ler que era dedicado a um amigo já tava pensando no comentário... ia perguntar:
um recado pro seu coração?
mas enfim, como não é (ou talvez seja também), tenho certeza que seu amigo vai gostar disso, é sempre bom ser lembrado, né?
bj
Amizade assim é pra vida inteira, pra segurar na mão e dar uma volta loonga pelo mundo!
bjo!
Não vou mentir: queria ter um cadinho de Quixote agora, só pra experimentar o prazer de receber essa carta.
Beijos, menina Marina!
oi marina!
Faz tempo q nao te leio, mas continua a escrever com a mesma beleza e sentimento. Adorei a criatividade.
No mais, estou cansado de computador, por isso não tenho postado.
Abraço!
Amigo
Âmago
Abrigo
Abarca
Abraça
Rechaça
Amargo
Perigo
Com cachaça
Sendo boa praça
Fazendo graça
Até na desgraça
É pra levar consigo
Só assim consegue
Só assim sigo
Um brinde
À vocês
E aos ladrilhos que pisaram juntos...
Amigo metido esse. Ficou bem-zão na fita aê nas suas palavras. Um dos melhores textos seus que já li, Srita Mah! Tenho visto muitos progresso e você, de si, sabendo quase tudo. Hehe! Bjos!
LINDA homenagem, moça...
Sou da opinião de que amigos verdadeiros merecem sempre homenagens assim.
Beijos.
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