Estavam os quatro à mesa. Olhos baixos. Silêncio....
Ouvia-se apenas o tilintar dos talheres e as vozes misturadas de muitas pessoas que almoçavam completamente alheias àquela situação.
Ninguém ousava levantar os olhos, ao passo que no fundo, nenhum deles sabia realmente o que estava se passando.
Mesa para quatro. Dois e dois. Nenhuma palavra.
Aquele silêncio crescente tornou-se ainda mais incômodo, e no justo momento em que alguém tomou coragem para quebrá-lo, ouviu-se na mesa o som de um suspiro. Um suspiro dolorido e molhado por lágrimas.
Justamente ela. Ela que sempre fora a mais forte, dura, decidida, muitas vezes até radical...
Mas o que estava acontecendo? Qual era o motivo de toda aquela tristeza?
À menor menção de uma pergunta, ouviu-se com rispidez:
"Eu não quero falar sobre isso."
Novamente o silêncio.
Os outros três baixaram novamente os olhos para suas refeições. Estrogonfe, batatas, salada...
Nenhum deles tinha mais fome, mas enquanto comiam, ocupavam suas bocas sedentas por respostas.
Mastigavam e engoliam [empurravam] a comida, enquanto um turbilhão de idéias, imagens, certezas indiscretas e incertas passeavam em suas mentes .
Neste momento todos pensavam: "os amigos nessas horas não servem pra nada..."
terça-feira, 13 de novembro de 2007
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