“Ele dorme em seguida, o corpo abandonado, sua respiração profunda, satisfeito.
É o momento da vergonha. Você tem tempo de pensar... E começa a dor.
Talvez não me produza o suficiente. Deixei de parecer-lhe atraente...
(...)
Eu gostava das roupas, mas as que eram como aquelas do cinema: às vezes vestia-me de sexy, outras de intelectual; às vezes de hippie. Tinha imaginação...
(...)
Fui vencida pelo medo e o abandonei, o deixei só na triste aventura da vida. É mais fácil fingir que não se entende.
(...)
Vejo você e já não te vejo... olho para trás onde te abandonei e desço as escadas como uma Cinderela... Corro para minha casa antes da meia noite. Tiro minhas botas de falsa combatente, tiro meus óculos de falsa intelectual, me desfaço dos livros de meu falso interesse e deito em minha cama de lençóis celestes e encho meu quarto de rosas e de perfumes. Tiro o meu baby doll vermelho, tiro meus biquínis vermelho e lilás.
Tiro minhas ligas, tiro minhas anáguas sedutoras. Tiro e rasgo minhas meias de seda e enrolo-me com minha camisola de flanela.
Subo, corro ao sótão e reencontro minha boneca de trapo.Peço a minha mãe: “traga-me uma bolsa de água quente... Apague a luz, por favor.” (...) “Não, não, está tudo bem. É só que custa tanto recuperar a virgindade... custa tanto quanto perde-la.” ”
Inês Margarita Stranger
quarta-feira, 27 de junho de 2007
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